Estourou a Guerra Interna na Rocinha e Bonde do Mestre tenta Expulsar Rogério 157
Uma guerra anunciada acabou de estourar na manhã desse domingo na comunidade da Rocinha em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro.
Um intenso tiroteio acordou os moradores da comunidade.
Motivo?
Homens ligados ao Nem, chefão da Rocinha, ganharam apoio do São Carlos e Vintém (ADA), para expulsar todo bonde do Rogério 157, atual frente da Rocinha.
Unidade Pacificadora confirmou o tiroteio, mas não soube revelar o motivo, e reforços foram enviados para comunidade para conter os dois grupos.
Um intenso tiroteio acordou os moradores da comunidade.
Motivo?
Homens ligados ao Nem, chefão da Rocinha, ganharam apoio do São Carlos e Vintém (ADA), para expulsar todo bonde do Rogério 157, atual frente da Rocinha.
Unidade Pacificadora confirmou o tiroteio, mas não soube revelar o motivo, e reforços foram enviados para comunidade para conter os dois grupos.
Estourou uma guerra interna dentro da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. pic.twitter.com/ubpxXbIamr— Blog Crimes News (@blogcrimesnews) 17 de setembro de 2017
Por que estariam expulsando o Rogério 157 da Rocinha?
Guerra interna dentro do tráfico na Rocinha não é novidade, sempre aconteceu, até antes da gerência do Antonio Bonfim Lopes, o Nem.
Dessa vez o motivo foi por divergência na forma de conduzir o tráfico e os lucros da comunidade.
Rogério 157, que assumiu o posto pela linha de sucessão de Nem, estava tendo uma administração parecida com as dos grupos Para-Militares no Rio de Janeiro, a Milícia.
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Rogério 157 |
Cobrava taxas de comércios, moradores, vans, gás e Tv clandestina.
Se por um lado estava agradável para seu bonde, porque era mais lucros no seu bolso, por outro lado, desagradava grande parte da Rocinha.
Desde o momento que assumiu o tráfico da Rocinha, após muitas expulsões e prisões dos seus antecessores, o Rogério não era unanimidade.
Ele foi crucial na união entre a facção ADA, e posteriormente, por selar a paz com a facção Terceiro Comando Puro, e fechar grandes negócios com a facção paulista PCC.
Mas tudo isso não pesou na hora da decisão de Nem, o dono da Rocinha.
Certo que o Rogério 157 não estava levando a Rocinha no seu ritmo quando estava em liberdade, ele por intermédio de pessoas da sua confiança, autorizou que um próximo assumisse o posto de frente na comunidade.
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Nem. Dono da Rocinha. |
Esse próximo seria o traficante de vulgo "Perninha".
No entanto, o Rogério 157 não batia com a presença do Perninha em seu território, pois sabia que ele era o próximo na sucessão, ou então, era ele ao invés do próprio Rogério.
Tempo foi passando, Perninha conseguiu convencer muitos soldados que o Rogério deveria sair do posto de frente e entregar para quem merecesse.
Até que chegou uma "carta dos presídios", autorizando que o Perninha pegasse o cargo de frente no lugar do Rogério 157.
Por algum motivo, esta carta chegou nas mãos do próprio Rogério 157, que não aceitou as ordens do Nem, e começou a matança dentro da Rocinha.
Quem ele achava que estava contra o seu comando, ou morria ou era expulso da comunidade.
Assim foi fazendo, mesmo a contra gosto dos comparsas da Vila Vintém, São Carlos e Pedreira, que sempre se faziam presente na Rocinha.
Até que finalizou seus planos executando os últimos três que seriam ameaça do seu reinado na Rocinha.
Ordenou a execução dos traficantes Perninha, 99 (frente do Vidigal) e Vasquinho. Todos homens importantes na hierarquia do tráfico da Rocinha.
Para os discípulos do Nem, essa matança foi a gota d'água, e até para própria facção ADA, foi algo de ser resolvido dentro dos presídios, e ninguém poderia apoiar tal situação.
Antes de ter um veredito sobre as execuções, o Celsinho, chefão da Vintém, ordenou que todos os seus soldados saíssem da Rocinha, até que esse problema interno seria resolvido, e não tomaria partido para qualquer dos lados.
Chefões do São Carlos agiram da mesma maneira, para também não tomar partido e escolher o lado errado.
Por muito menos, as liderança expulsaram o traficante Samuca ou Coroa da facção ADA, alegando desrespeito em tomar a Quitanda do Puma, outro chefão do ADA.
O pavio da bomba na Rocinha estava aceso e preste a estourar.
Por último, nesta semana o Rogério 157 ordenou a execução de mais três homens da liderança da Rocinha, e este seriam ligados a Danúbia, mulher do Nem.
Foi a partir desse momento que a guerra estava decretada.
Homens fortemente armados apareceram na Rocinha, provavelmente da Vintém e São Carlos, dando o ultimato para o Rogério 157.
Ele teria até "domingo" para entregar o cargo de frente, ou então, enfrentaria o "Bonde do Nem", como se intitulam.
Pelo visto não acatou novamente as ordens da liderança, e finalmente a guerra estourou.
Até o momento, moradores e informantes afirma que a guerra na Rocinha é de cria, ou seja, "Bonde do Nem" contra "Bonde do Rg".
Existe outra linha de investigação, apontando que nesse meio tempo, membros do Comando Vermelho entraram na jogada, oferecendo suporte para o Rogério 157, mas nada foi confirmado até o momento.
Uma coisa é certa, essa guerra só acabará com "fim do reinado do Rogério 157" dentro da maior favela da América Latina.
Vamos aguardar
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